“Desde pequeno, eu ia para São Paulo, na região do Brás e da Rua 25 de Março, e via as pessoas vendendo frutas cortadas; era tão prático e fácil. Era algo que nunca tinha visto na minha cidade e me interessou; eu e minha sócia, Rafaela Emerin, percebemos uma oportunidade de negócio. Foi assim que começamos em 2012, em São José dos Campos: vendendo salada de fruta na rua, em uma bicicleta.
Ficamos um ano vendendo salada de fruta todos os dias, até que um shopping no centro da cidade nos convidou para abrir um quiosque de sucos e comidas saudáveis. Depois de aceitar, entendemos que éramos empresários. Ficamos mais um ano lá. Eu conciliava meus estudos e os negócios. Passado aquele ano, vendemos o quiosque e abrimos uma loja de rua.
A vontade de trabalhar com bebidas surgiu quando eu estava no ensino médio técnico e tinha 16, 17 anos. A ideia era começar com sucos diferenciados, tanto que meu TCC, na época, foi desenvolver um suco gaseificado. Ganhei prêmios com ele. Já a cerveja sempre me trouxe fascínio, mas é uma área que exige muito estudo.
Fiz engenharia química e, simultaneamente ao meu negócio, trabalhei em grandes empresas para me capacitar e entender o mercado antes de investir no ramo de cerveja.
Em 2016, após trabalhar com os sucos e estudar diversas áreas, como química, produção, marketing, administração e gestão de pessoas, consegui entrar na indústria da cerveja. Mas sei que foram os sucos e a salada de frutas que me permitiram empreender no ramo.
Não trabalho mais com sucos. Atualmente tenho duas hamburguerias e uma cervejaria artesanal, a Cão Loko, que é também um bar com bebidas para o cliente degustar e conhecer mais o processo de fabricação.
Infelizmente, não conseguimos vender a cerveja em redes de supermercado pois nossa produção é pequena para a demanda. Vendemos em bares próximos à nossa fábrica e em empórios. Agora, começaremos a colocar nosso produto em adegas, pois fechamos uma parceria e terceirizamos a produção em uma outra fábrica de bebidas.
As duas hamburguerias têm a marca FCB Gastro Burguer, que é um novo conceito de restaurante, em que preparamos todos os ingredientes artesanalmente, como o bacon, queijos e outros itens que vão no lanche.
Um plano de curto prazo é produzir nossa própria salsicha para servirmos no nosso hot-dog na Cão Loko. Uma ideia – que vimos em um bar durante uma missão do Sebrae de que participamos – é dar hot-dogs para clientes que consumirem uma determinada quantidade de cerveja.
O próximo passo no longo prazo é a internacionalização das marcas Cão Loko e FCB Gastro Burguer. Daqui a dois anos tentaremos levar para o exterior ingredientes e carnes brasileiras – que são valorizadas lá fora. Também quero continuar estudando; no momento, estou fazendo o curso ‘Capacitação de comércio exterior’ do Sebrae.
O Sebrae nos ajudou muito com o networking, foi um divisor de águas no mercado internacional, nos incentivando nas missões de que fizemos parte. Já fui procurado por empresários do exterior com propostas de montar restaurantes com comida feita do jeito brasileiro.
As maiores dificuldades para empreender foram as leis, impostos, a organização de despesas e a gestão de pessoas. Com o apoio do Sebrae fui conseguindo melhorar e priorizar a qualidade e a organização.”