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Presidente da Logitech Brasil fala sobre como o distanciamento social impactou o mercado

Em entrevista ao Jornal de Negócios, Jairo Rozenblit relatou a nova realidade de trabalho a distância e sobre as relações da Logitech com os pequenos negócios
Por Kaio Augusto
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Embora hoje seja presidente da Logitech Brasil, a história de Jairo Rozenblit na empresa começou a partir de uma startup. Há 10 anos, ele foi contratado para representar a multinacional de periféricos de informática por aqui. Começando da sala de casa, acompanhou todas as contratações e o lançamento de cada uma das cinco divisões de negócio que a Logitech tem no Brasil. Agora, em 2020, Rozenblit pôde acompanhar de perto a expansão do mercado de periféricos com as empresas cada vez mais precisando encontrar formas viáveis de atuar durante a pandemia – principalmente com grande parte dos funcionários em home office.

Em entrevista ao Jornal de Negócios, Rozenblit falou sobre a nova realidade de trabalho a distância e sobre as relações da Logitech com os pequenos negócios.

Como você enxerga a necessidade de os negócios se modernizarem no cenário da pandemia?

Ninguém poderia imaginar que tudo isso iria acontecer, mas o que deu para perceber é que as empresas que estavam mais abertas às novas tendências tiveram mais facilidade de se adaptar. Alguns negócios vinham adotando o home office, mas nada próximo ao que estamos vivendo agora, mas era uma vez por semana. Quando, do dia para noite, algumas empresas precisaram mover todos os times para trabalhar em casa, ficou muito mais fácil para quem seguia essa tendência. A Logitech tinha um projeto global de colocar todos os funcionários para trabalhar em casa durante uma semana do ano. Isso se mostrou muito benéfico para o tempo desses colaboradores, que puderam não apenas melhorar a produtividade como também terem mais horas para a família e o lazer.

O mercado de periféricos de informática foi impactado com essa mudança?

Sim, muito. Os materiais para videoconferências, como webcams e headsets (fones com microfones) tiveram um crescimento na demanda, afinal a mesa de jantar tornou-se uma mesa de escritório para toda a família. Mouses e teclados também passaram a ser mais visados para atender uma questão de ergonomia. Até mesmo causas sociais acabaram impactando nosso mercado. Essas tecnologias permitiram que pessoas internadas pudessem ver suas famílias, projetos de hospitais que implementaram medição de temperatura por webcam ou até mesmo o atendimento. No mundo todo, a procura por essas tecnologias foi alta e aqui no Brasil não foi muito diferente.

Como as empresas podem oferecer suporte a seus funcionários no home office?

Acho que tudo deve ter um meio termo. Ainda existem alguns momentos em que é essencial que haja a relação presencial, como reuniões com clientes e fornecedores. Porém, tenho relatos de que a produtividade aumentou. O que a gente tem visto são alguns negócios que oferecem um kit home office, com todos os equipamentos que os funcionários vão precisar para o trabalho no dia a dia. Além do básico, como webcams e fones, algumas até pensaram no conforto e disponibilizaram cadeiras.

A Logitech tem alguma relação com empreendedores?

Sim, em setembro de 2019 nós iniciamos um programa aberto de empresas parceiras da Logitech Brasil. Os empreendedores que desejam revender ou distribuir nossos produtos podem se inscrever no site e adquirir o kit de introdução.

Para começar, oferecemos a capacitação, para que consigam ampliar o potencial de vendas. Com isso, nós também desenvolvemos um modelo de recompensas baseadas em resultados que oferece premiações e descontos. Atualmente temos mais de 600 canais já cadastrados que trabalham diretamente conosco.

Você teria alguma orientação para quem deseja entrar o ramo de tecnologia?

Esse mundo exige que a pessoa seja muito antenada. Esse é um mercado que muda de maneira muito rápida, com novas tendências surgindo a todo momento. Porém, a vantagem é que é um setor muito grande, que oferece diferentes oportunidades para empreendedores e startups começarem. Um exemplo atual que eu destaco é o segmento de games, que todos os anos já fatura mais que a indústria do cinema e da música, com audiências de eventos maiores que transmissões esportivas.

O mesmo vale para o mundo da videoconferência, que ainda tem espaço para crescer. Temos exemplos aqui na Logitech de canais de extrema relevância, que marcaram grandes vendas, e essa empresa é composta por uma pessoa. Mas o principal é estudar bem o mercado, desenvolver um plano de negócios que seja realista. Não é uma tarefa fácil ser empreendedor no Brasil e o maior risco que correm é o de não estarem preparados para esse desafio.

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