“Eu comecei a empreender quando meu marido, Álvaro Vieira Ramos, pediu para ser demitido da metalúrgica onde trabalhava. Na ocasião, o patrão dele o incentivou a montar uma padaria e nos apoiou financeiramente para a abertura. Em seis meses falimos, pois não sabíamos como gerir o negócio e não tínhamos experiência com o ramo alimentício. Tivemos que vender a padaria por um preço muito abaixo do mercado para pagar os funcionários e as contas, e meu marido ficou com o nome sujo.
Sempre fui dona de casa, e após perder tudo passamos por diversas dificuldades, tivemos que tirar nossa filha do colégio, estávamos os dois sem trabalho. Começamos a tentar fazer salgados congelados para vender, e o Álvaro um dia inventou de fazer um salgado de mandioca.
Foi muito difícil, porque no início não acertávamos a massa, a gente nessa época já vendia outros salgados, mas meu marido queria implementar a mandioca no cardápio. Demorou um tempo até conseguirmos acertar a receita, mas quando deu certo, todos gostaram dessa linha feita com mandioca. Isso foi há cerca de dez anos, e hoje vendemos uma tonelada de salgados dessa linha por mês.
No começo fazíamos os salgados na cozinha de casa e as vendas eram de porta em porta: colocávamos os salgados no carro e passávamos vendendo, às vezes íamos também a pé, e conquistamos nossos clientes assim. Vendíamos em padarias, bares e lanchonetes. Hoje já vendemos nossos produtos nos principais mercados e atacadões de Jundiaí e os clientes também podem fazer os pedidos direto aqui na loja.
Por dia, nossa média de vendas é de 3 mil a 4 mil salgados. Hoje, na Aipim Congelados, temos quatro funcionários e quero contratar mais dois até o fim do ano. O espaço da fábrica já está ficando pequeno e quero mudar para um local maior ano que vem.
Hoje em dia vendo meus salgados também no Mercado Municipal da Lapa, em São Paulo. Um dia levei para um familiar meu que tem um estande lá e eles adoraram: de 15 em 15 dias, meus salgados são levados para São Paulo e as vendas estão indo muito bem.
Após uma série de medidas de segurança, ensinar meus funcionários, confiar neles, hoje consigo delegar algumas funções e não tenho que ficar 100% do tempo trabalhando. Agora não abro mais a fábrica de manhã e vou um sábado sim, um não. A próxima meta é parar de trabalhar de sábado e deixar aos cuidados deles.
Com o Sebrae-SP, aprendi a implementar a tecnologia na empresa, usar computador para fazer a parte burocrática, assim eu otimizo meu tempo na hora de produzir meus salgados.
Um conselho que posso dar é ter sempre determinação, ter confiança em você e no seu produto e não desistir nunca, persistir sempre para poder virar um gigante.”