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Empresário muda de ramo e cria produto inovador em cerâmica

Marcelo Terra e o pai, Antônio, deixaram a produção de café para montar a Cerâmica Morumbi Terra, em Vargem Grande do Sul
Por Ana Roxo
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“O começo da nossa empresa de cerâmica vermelha, que é voltada para a construção civil, se deu após o negócio de café que tínhamos ser encerrado em 1989. Na época, nosso vizinho, João Batista, nos incentivou a trocar de área e passar a fabricar cerâmicas, já que ele conhecia o processo e poderia nos ajudar.

Vargem Grande do Sul é um polo ceramista e o espaço de cinco alqueires da nossa fazenda facilitou o começo da produção. Para abrir a empresa, vendi meu carro na época, uma Saveiro zero quilômetro, e assim completei o dinheiro para comprar a máquina necessária.

Começamos com três fornos de olaria e uma máquina pequena de 50 cavalos. Sempre adorei chão de fábrica, de cuidar da parte interna do processo; já meu pai, Antônio Terra, ficou com a parte administrativa da empresa. Nosso início foi fazendo bloco de vedação, o que deu certo.

Em 2001, a cidade de Vargem Grande do Sul ganhou o primeiro APL – Arranjo Produtivo Local – do Brasil de cerâmica vermelha, então várias empresas vieram para a cidade para trabalhar com esse tipo de produto.

A nossa empresa chegou a ter 28 funcionários e fabricávamos 160 mil peças por mês. Em 2006, apareci no programa ‘Pequenas Empresas, Grandes Negócios’ pela alta produtividade do meu negócio em comparação com os outros da mesma localidade.

Nesses 32 anos, houve várias crises, mais de 20 empresas de cerâmica fecharam na cidade, mas a nossa continuou. Acredito que resistimos porque gostamos demais do trabalho e colocamos nossa dedicação integral em tudo que fazemos relacionado à Cerâmica Morumbi Terra. Para mim, o pior dia é o domingo, já que não trabalho.

Raramente precisamos demitir funcionários; um dos nossos principais objetivos é manter a lealdade com as pessoas contratadas, por isso o número pequeno de empregados. Quando vinham as crises, eu chegava a trabalhar de madrugada para diminuir custos e não ter de desligar ninguém.

Em 1989, contratamos 12 pessoas para começar; alguns ainda trabalham conosco e até hoje mantemos contato com os que saíram. Isso, para mim, é o que importa.

Atualmente, desenvolvi uma canaleta de cerâmica para baldrames e uma para concreto formada por três partes – ela é de encaixe – e é a única feita com esse material. Patenteei os dois produtos e só nós podemos fabricá-los.

Na minha trajetória como empreendedor também busquei conhecimento, tanto que já tenho mais de 20 anos de história com o Sebrae. Fiz inúmeros cursos como análise de negócios, planejamento estratégico, fluxo de caixa, Sebraetec, entre outros.

Sempre gostei de colocar a mão na massa e acredito que o fato de me dedicar tanto ao que faço é o nosso diferencial; por isso que a empresa continua crescendo.”

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