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Saúde na garrafa

Do combate a uma infecção intestinal crônica surgiu a AR Kombucha
Por Rogério Lagos
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Formada em gastronomia, Angélica Araújo sempre gostou de preparar alimentos saudáveis, ainda mais quando o seu marido, Rogério Godoy, foi diagnosticado com colite, uma infecção intestinal crônica, em meados de 2015. Quando se mudaram de São Paulo para Sete Barras, no Vale do Ribeira, tiveram contato pela primeira vez com a kombucha, bebida probiótica adocicada, gaseificada, preparada a partir da fermentação de chás verdes ou pretos. Por ser conhecida como “elixir da saúde” entre os povos asiáticos, Angélica passou a preparar em casa para a família. Em um período de dois anos, segundo ela, os três pontos de inflamação do marido se reduziram a apenas um, enquanto que os seus próprios problemas com espinhas, cravos, refluxo e outros distúrbios intestinais melhoraram “em 90%”, segundo sua avaliação.

Foi a partir deste momento que a empreendedora deixou de lado o ateliê de bolos com que trabalhava quando vivia em São Paulo e resolveu investir nos kombuchas, no final de 2019. Ela e o marido iniciaram com garrafinhas de água mineral e usavam uma barraca emprestada em eventos de degustação e vendas; a identidade visual do produto ficava a cargo de Rogério. Com o tempo, muitos amigos começaram a pedir – os amigos dos amigos também – e o aumento da demanda teve o seu ápice no início da pandemia de Covid-19. “As pessoas passaram a se preocupar mais com a saúde e nossas vendas aumentaram bastante. Nossas kombuchas foram sendo indicadas cada vez mais e passamos a vender também em parceria com pontos comerciais da região e ampliamos o delivery para outros municípios do Vale do Ribeira”, comemora Angélica.

Foi nesse momento de crescimento que o Sebrae-SP entrou na vida da AR Kombucha. Angélica participou de consultorias, cursos de finanças, marketing digital e realizou o curso Empretec, que trabalha as dez características do comportamento empreendedor por meio de uma metodologia desenvolvida pela Organização das Nações Unidas (ONU). “O Sebrae nos ajudou muito na organização, a separar o dinheiro pessoal do da empresa, a precificar corretamente os nossos produtos, a definir um pró-labore, a fazer um bom atendimento, a definir metas e objetivos. O Empretec, por exemplo, trabalha muito essas questões. Não adianta apenas crescer, apenar ir. Precisamos saber exatamente aonde queremos chegar.”

Para o consultor de negócios do Sebrae-SP Cláudio Perin, um dos profissionais que acompanham de perto a AR Kombucha no Vale do Ribeira, um dos pontos-chave para a prosperidade do negócio é a resolução da equação entre logística e escala, desafio que Angélica e Rogério terão de enfrentar daqui para frente. “O momento agora é de fortalecer a logística no mercado regional. O produto tem uma adesão muito boa e uma representatividade alinhada à região, muito por conta da sustentabilidade. Quando eles conseguirem se estabelecer no Vale, estarão aptos a investirem na escala”, explica.

Atualmente, Angélica e Rogério alugam um espaço que funciona como fábrica e também como escritório, ao mesmo tempo que trocaram as garrafas plásticas pelas de vidro. Oferecem dez sabores diferentes de kombuchas, além de sabores extras sazonais. Tudo sempre preparado com produtos regionais, como o chá verde, de Registro, e frutas de cooperativas locais e até mesmo do próprio sítio da família, em Sete Barras. Enviam as bebidas para vários municípios do Vale do Ribeira e também para alguns pontos de São Paulo via transportadora. A meta para 2023 é ampliar a escala, passando a atender todo o Vale do Ribeira e capital paulista. “Nossos clientes elogiam as mudanças e seguem indicando os nossos produtos, ao mesmo tempo que temos o suporte do Sebrae-SP sempre que necessário. Estamos confiantes para levar saúde em forma de kombucha para cada vez mais pessoas”, conclui Angélica.

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