O Sebrae-SP, em parceria com o Sindicato Rural de Buri e o Senar, promoveu em Taquarivaí, durante quatro dias, o curso “Artesanato em palha de milho – Flores”. A capacitação reuniu 20 participantes, interessados em transformar a tradição artesanal em oportunidade de negócio.
Na capacitação, os alunos aprenderam a confeccionar artefatos decorativos com palha de milho, utilizando técnicas como modelagem, aramagem, montagem e amarração. A proposta foi ensinar desde a obtenção e preparo da matéria-prima, até a produção de diferentes tipos de flores artesanais – aramadas, montadas, com pistilo e em cachos –, além da etapa de impermeabilização das peças, garantindo maior durabilidade e qualidade ao produto.
Segundo a analista de negócios do Sebrae-SP, Letícia Marques, o curso vai muito além da prática manual. “Estamos falando de geração de renda e valorização da cultura local. O artesanato com palha de milho tem potencial comercial e pode se tornar uma importante fonte de renda complementar ou até principal para essas mulheres e homens empreendedores”, destaca.
A capacitação também visa estimular a comercialização das peças, com foco em agregar valor e explorar nichos de mercado que valorizam o feito à mão, o design rústico e o trabalho sustentável.
“O Sebrae atua justamente para fortalecer essa ponte entre o saber fazer e o saber vender. Com orientação técnica e estratégias de mercado, o artesanato pode sair da informalidade e se consolidar como um negócio viável e competitivo”, complementa Letícia.
Para a produtora rural, Patrícia Faria, o curso chega em um momento especial de planejamento e expansão de seu projeto pessoal. “Estou muito feliz com a oportunidade. Já venho desenvolvendo um projeto que une a culinária com o milho e o artesanato feito com a palha. Agora, com o curso, fico ainda mais animada em colocar em prática a ideia de plantar o milho crioulo, aquele de palha vermelha, que além de nutritivo, tem um valor cultural enorme. Aprender a trabalhar essa matéria-prima de forma integral, aproveitando tudo, é muito gratificante. E poder compartilhar esse conhecimento com os vizinhos, capacitando a comunidade e unindo forças, é o que realmente faz sentido para mim”, conta.
Para a participante Eliane Fogaça, o curso representa uma oportunidade concreta de transformar algo antes considerado sem valor em um novo caminho de desenvolvimento pessoal e comunitário. “Foi um curso excelente, especialmente para quem, como eu, vive na zona rural e tem acesso à matéria-prima, que muitas vezes era vista apenas como descarte. Agora, vejo a palha de milho com outros olhos. É difícil dizer qual técnica gostei mais, porque todas são fáceis de aprender, e o instrutor tem muita didática e conhecimento. De imediato, já vou aplicar o que aprendi nas decorações do módulo final do curso de Turismo Rural, que também estou fazendo. Quero continuar me aperfeiçoando, fazer outros cursos e repassar esse conhecimento, que aos poucos vai se perdendo, mas que tem tanto valor”, relata.

