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Mel do Vale do Paraíba ganha reconhecimento que vai beneficiar produtores das 35 cidades da região

Reconhecimento oficial valoriza o produto fortalece a identidade territorial e amplia oportunidades de comercialização, com potencial de atração turística associada à cultura apícola local
Por Redação
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O Vale do Paraíba acaba de conquistar o reconhecimento oficial como Indicação Geográfica (IG), na modalidade Indicação de Procedência, para o Mel de abelha Apis mellifera. Essa é a 10ª IG oficial do estado de São Paulo acompanhada pelo Sebrae-SP em parceria com o IFSP, representando mais um marco na valorização das vocações territoriais e no fortalecimento da competitividade dos pequenos produtores. É 9° IG reconhecida do produto “mel e própolis”, e a 141° IG brasileira registrada no INPI.

“Essa conquista é fruto de um trabalho construído ao longo de muitos anos. O Sebrae-SP, em parceria com o Instituto Federal de São Paulo (IFSP), outras instituições e, principalmente, os apicultores, uniu esforços para tornar esse marco possível. Trata-se da realização de um sonho coletivo, resultado da dedicação de muitas mãos, e que agora trará benefícios para toda a região”, destaca Iliussa Fernanda, analista de agronegócios do Sebrae-SP.

Com essa Indicação Geográfica, o mel de abelha fortalece a identidade territorial e amplia oportunidades de comercialização, com potencial de atração turística associada à cultura apícola local. O caderno de especificações aprovado junto ao INPI estabelece as regras de produção e rastreabilidade que os apicultores devem cumprir para utilizar o nome geográfico. A Nutrir (Associação Socioeducativa de Pequenos Produtores Rurais de Redenção da Serra e Região) é a entidade gestora da IG, ela representa os produtores rurais e é responsável por gerir, implementar e fiscalizar o uso do selo de controle da IG.

Essa vitória é fruto de décadas de dedicação, tradição e pesquisa. A história da apicultura na região remonta ao início do século XX, com a introdução pelos monges trapistas. Desde então, a união entre conhecimento científico e saber tradicional tem fomentado uma cadeia produtiva sustentável.

Em 2013, o reconhecimento do Arranjo Produtivo Local (APL) do mel do Vale do Paraíba impulsionou o setor, aumentando a produção e fortalecendo a renda de famílias apicultoras. Em 2017, a produção saltou para 31 toneladas, com a participação de mais de 300 apicultores distribuídos pelos 35 municípios que hoje compõem a IG. Em 2024, a Cadeia Produtiva Local (CPL) do mel do Vale do Paraíba e Litoral Norte foi reconhecida como “Em desenvolvimento” pelo Programa Estadual de Desenvolvimento das Cadeias Produtivas Locais – SP Produz.

O mel carrega histórias de trabalho familiar, práticas sustentáveis e cuidado com a natureza. A maioria dos apiários possui menos de 20 colmeias, assegurando uma produção artesanal e a qualidade inerente à paixão pelo ofício. Além disso, a apicultura movimenta a economia local, gera pesquisas, fomenta serviços técnicos e contribui para a preservação da biodiversidade do Vale.

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