Segundo o Mapa de Empresas 2024, ao fim do primeiro quadrimestre deste ano, 21,7 milhões de empresas estavam ativas no Brasil e, destas, 12,1 milhões eram Microempreendedores Individuais (MEIs). No Vale do Paraíba e região já são 253.981 MEIs, até o início de novembro, sendo 47,8% conduzidas por mulheres.
No dia 19 de novembro é comemorado o Dia Mundial do Empreendedorismo Feminino e alguns desafios ainda impedem as mulheres empresárias de alcançarem seu pleno potencial. Dentre eles, o acesso a recursos financeiros; equilíbrio entre vida familiar e profissional; acesso a modelos, mentorias e redes de negócios; acesso à informação e tecnologias e as normas culturais. Além disso, as desigualdades regionais, desigualdades raciais e os desafios de ampliar a formalização das empresas.
Uma parceria entre o Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), divulgou um estudo, que ganhou ainda mais relevância com a criação do Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte (MEMP), concebido para proporcionar um espaço dedicado a pensar e implementar políticas públicas para pequenos empreendedores, com especial atenção às mulheres, que enfrentam desafios significativos, como a tripla jornada de trabalho e o difícil acesso ao crédito.
“O Sebrae estimula, em especial, o desenvolvimento técnico, comportamental, criação de redes de apoios e de negócios e a ampliação de recursos financeiros para impulsionar os negócios de mulheres. Reforçamos que é importante construir políticas públicas para mulheres empreendedoras, que têm papel crucial para o avanço das metas associadas a esse objetivo. A partir dos programas do Sebrae podemos desenvolver essa mentalidade e o comportamento empreendedor”, afirma Paulo Cereda, gerente regional do Sebrae-SP.
A empreendedora Fabiana Aquino da Silva Paes, 47 anos, da Brandura Doces, de São José dos Campos, casada e mãe de um filho adolescente de 14 anos e uma menina de 6 anos, trabalha na área de confeitaria. “Sempre fui CLT e nunca me imaginei trabalhando com vendas. Foi no aniversário do meu filho, há três anos, quando procurava uma receita de brigadeiro de maracujá, que encontrei uma mentora incentivando a gente a ir para a rua vender. Estava no cenário pós-pandemia, em uma cidade nova e decidi encarar. Sai com a caixinha da felicidade com quatro brigadeiros de sabores variados e tinha apenas 13 caixinhas prontas. Entrei no ateliê de uma empreendedora que me incentivou a não desistir e passei, então, a trabalhar informalmente por um ano, até conhecer o Sebrae Aqui. Comecei a fazer cursos, sendo o primeiro de brigadeiro gourmet e nunca mais parei”, conta.
Segundo ela, até decidir abrir o MEI, em janeiro de 2022, foram necessárias muitas orientações. “A agente do Sebrae Aqui me ajudou muito. Eu fugia porque achava que seria um bicho de sete cabeças, mas hoje a regularização é o meu porto seguro e garante os meus direitos. Participo dos eventos do Sebrae, como Feira do Empreendedor, Food Vale e consultorias. Conclui recentemente o curso diet e light e de hamburguer artesanal. Estou me aprofundando na confeitaria. Hoje vendo nas lojas e comecei a ver clientes me indicando e aí a chave virou. Comecei a receber mais encomendas e participar de feiras de exposição e percebi que consigo pagar as contas da empresa e ter lucro. Com o aumento de faturamento, o número de encomendas para festas aumentou, sendo que nunca paguei divulgação do meu trabalho. Sei que posso crescer ainda mais se eu divulgar. Dentre os meus desafios agora está o controle financeiro.”
Fabiana diz ainda que outro grande desafio é o tempo. “Por ser empreendedora, mãe e esposa, não tem sido fácil. Saio pouco para vender, porque o meu dia a dia muitas vezes impede. Mas os clientes sempre me estimulam a prosseguir e a minha família me apoia. As vendas têm sido muito boas e os desafios estão aí para serem superados.”