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Empresária da região de São João participa de missão do Sebrae-SP no Peru

De São Sebastião da Grama, Patrícia Guerra Moreira de Mendonça integra missão que visitará a Expoalimentaria, principal exposição do segmento na América Latina, de 23 a 28 de setembro
Por Redação
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A empresária Patrícia Guerra Moreira de Mendonça, da VG Comércio de Café, de São Sebastião da Grama, será uma das participantes da Missão Empresarial do Sebrae-SP em Lima, no Peru. A comitiva formada por 23 empresários vai visitar a 16ª Expoalimentaria, principal feira do setor na América Latina e participar de uma série de visitas técnicas, de 23 a 28 de setembro.

A Expoalimentaria terá painéis temáticos, conferências com especialistas e concursos de inovação em alimentos em um espaço com 15 mil metros quadrados.

Patricia é de São Sebastião da Grama, cidade abrangida pelo Escritório Regional do Sebrae-SP em São João da Boa Vista. Antes de embarcar, a empresária já se mostra ávida para conhecer as últimas tendências, novidades e estratégias para o segmento alimentício, especialmente no ramo em que atua, além de apresentar sua marca recentemente lançada.

“Neste ano, lancei a marca de café Villa Di Grama, um trabalho resultante de um programa do Sebrae-SP, chamado ALI Rural, que, após análise da operação do meu sítio, indicou o lançamento da marca. Minha expectativa na missão no Peru é conhecer o mercado local de café, saber as perspectivas de mercado e prospectar alguns clientes do café especial”, disse Patrícia.

E a Expoalimentária não será a primeira missão que a empresária integrará, já que esteve em missões no Paraguai e no Chile. “Quando lancei a marca, tinha a intenção de buscar também mercados externos. E as missões nos dois países foram boas: no Paraguai, tive reuniões com mais empresas que no Chile, mas foram reuniões com empresas bem direcionadas, que trabalham com o produto. Então, tenho a impressão de que, se feito um bom acompanhamento pós-evento, será possível começar a trabalhar com as empresas”, afirmou.

Além das experiências galgadas em importantes feiras, a empresária ressalta que o Sebrae-SP também proporcionou que ela participasse da Agrishow, considerada a maior exposição agropecuária do Brasil, realizada em Ribeirão Preto. “O primeiro evento para exposição da marca foi uma experiência muito gratificante, por conseguir ver o retorno das pessoas sobre os cafés. Além disso, tenho participado de rodadas de negócios que permitem ampliar a rede de relacionamentos e público-alvo do café”, contou.

Com relação à feira no Peru, embora ela acredite que seja mais difícil colocar seu café especial no mercado daquele país – também produtor do grão -, não acha impossível. “Há a possibilidade de encontrar comerciantes que queiram ter café do Brasil. As perspectivas são boas, visto que o consumo de cafés especiais vem crescendo, tanto no mercado interno como externo. O café do Brasil tem alta receptividade, basta encontrar quem esteja aberto a receber esse produto”, completou.

Construindo história no cultivo do café especial

Com trajetória recente na produção de café – iniciou em 2017 após a compra de um sítio já com cafezais plantados -, aos poucos, Patrícia foi introduzindo novas variedades do grão, como o Arara e o Gesha, conhecidas por resultar em uma bebida excepcional. A partir de então, foi aprimorando os processos com ajuda de pessoas que tinham conhecimento técnico, ajustando as operações, arrumando a localidade e buscando excelência.

E foi em 2020 que a empresária fez sua primeira exportação e viu que estava no caminho certo para a produção de cafés especiais. “Acabamos nos profissionalizando ao ponto de, hoje, produzirmos só cafés especiais. O que nos permite levar esses cafés para fora. Atualmente exportamos café verde para Inglaterra, Japão, Paraguai, Holanda e República Tcheca”, disse.

Patrícia enfatiza que o empenho por excelência tem como base o respeito à natureza, a busca de melhores processos no plantio e no cuidado da lavoura implementando manejos mais sustentáveis. “No sítio, cuidamos das nascentes d’água, plantando árvores nativas ao redor delas. Também adotamos práticas de agricultura regenerativa, com o plantio de forrageiras entre as linhas dos cafezais, o que, além de ajudar aerar o solo, fixar nitrogênio e facilitar a infiltração de água da chuva, mantém a temperatura amena, contribuindo para a resiliência às mudanças climáticas”, afirmou.

Os cafezais da empresária estão cravados a mais de 1.100 metros de altitude, sob a alternância de noites frias e dias quentes, o que implica em uma maturação lenta do grão. Além disso, a propriedade de Patrícia está abrigada no Vale da Grama, que integra a Região Vulcânica, localidade conhecida pelos solos vulcânicos que favorecem a qualidade do café.

Outro diferencial destacado pela empresária é o pós-colheita, caracterizado pelo extremo zelo na preparação de cada lote. “Para entrar nos terreiros de café, por exemplo, nossos colaboradores precisam trocar de sapato para assegurar a higiene na secagem dos grãos. Essa combinação de cuidados e terroir tem nos rendido bons frutos. Nos últimos anos, ficamos entre os melhores cafés dos Concursos do Vale da Grama, da Região Vulcânica e do Estado de São Paulo”, comemorou.

Expoalimentaria

A Expoalimentaria chega à 16ª edição, onde são esperados 600 compradores internacionais de mais de 20 países. Na última edição foram mais de US$ 500 milhões de negócios gerados.

“O público-alvo do Sebrae-SP para a missão são empresas que já exportam ou que estão maduras para exportar seus produtos ou como fornecedores de insumos para a cadeia de alimentos e bebidas”, explicou Marcio Guerra, gestor estadual de Missões Internacionais do Sebrae-SP.

Para o gerente regional do Sebrae-SP em São João da Boa Vista, Marcos Kremer, além das novidades no setor alimentício, a exposição é a oportunidade para que os empresários busquem novos negócios ao apresentar seus produtos. “A empresária Patrícia é um dos exemplos de sucesso na nossa regional. Nessa missão ao Peru, ela levará a experiência com os cafés especiais e sua nova marca, com a expectativa de networking e de encontrar um mercado aberto a possíveis novos negócios”, finalizou Kremer.

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