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Com o apoio do Sebrae-SP, Vale da Grama é reconhecida pelo INPI como Indicação de Procedência para o café

Região de São Sebastião da Grama ganha destaque nacional com o registro do Instituto Nacional da Propriedade Industrial
Por Redação
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Apoiada pelo Sebrae-SP, a cafeicultura do Vale da Grama, na região de São Sebastião da Grama, recebeu o reconhecimento da Indicação Geográfica (IG), na espécie Indicação de Procedência (IP), pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI). A identificação foi publicada na Revista da Propriedade Industrial (RPI) no dia 3 de dezembro. Com esse registro, o Instituto chega a 134 IGs reconhecidas no Brasil, sendo 95 IPs – todas nacionais – e 39 DOs (29 nacionais e 10 estrangeiras).

De acordo com os documentos apresentados ao INPI, o nome geográfico Vale da Grama refere-se à região conhecida pela produção de cafés especiais, localizada no município de São Sebastião da Grama, no Estado de São Paulo.

A região está situada a mais de 1.000 metros de altitude, o que favorece a produção de café arábica de alta qualidade. Dentre as características comuns dos cafés do Vale da Grama estão: corpo médio-alto, finalização prolongada, com notas de caramelo e cítricos, além de alto teor de doçura, sendo que a bebida deve atingir no mínimo 80 pontos na tabela da Specialty Coffee Association (SCA).

O Sebrae-SP apoiou toda a construção do projeto a partir de 2020. Desde o diagnóstico inicial, para avaliar o potencial para a solicitação do pedido até a coordenação das atividades, contratou o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de São Paulo (IFSP), por meio do campus São João da Boa Vista, para realizar o trabalho operacional que resultou no reconhecimento alcançado.

Segundo o gerente regional Marcos Kremer, o Sebrae-SP viabilizou toda a estrutura necessária para a concepção do projeto de estruturação dessa Indicação Geográfica (IG). “Nada disso seria possível sem a participação da governança envolvida, composta por produtores rurais, empreendedores, representantes do poder público, da iniciativa privada e da sociedade civil organizada, como a Associação dos Cafeicultores do Vale da Grama. O Sebrae-SP traz as ferramentas e as condições, mas cabe àqueles que estão diretamente ligados à atividade colocá-las em prática. Foi isso que aconteceu: um grupo de pessoas trabalhando juntas pelo bem comum”, considerou.

Junio Correia, gestor de projetos de agronegócio do Sebrae-SP no Escritório Regional em São João da Boa Vista, diz que esse reconhecimento é fruto de um trabalho sério e estratégico, conduzido por pessoas capacitadas e comprometidas em alcançar esse resultado.

“As tratativas iniciaram em 2020 com um diagnóstico de potencial, mas as reuniões de trabalho, prevendo a estruturação do projeto, começaram em 2021, durante a pandemia. Na época, sem podermos nos reunir presencialmente, realizamos todas as reuniões de maneira online. Mas criamos o projeto e o submetemos para aprovação do INPI. Agora, os cafés do Vale da Grama possuem sua origem reconhecida, como se recebessem a certidão de nascimento do seu café. Isso permite comprovar para o mundo sua origem, qualidade, rastreabilidade e o saber-fazer de uma comunidade apaixonada pela cafeicultura”, destacou.

Para Valdir Duarte, presidente da Associação dos Cafeicultores do Vale da Grama, o território, que faz parte da Região Vulcânica, possui uma tradição centenária na produção de cafés. Frequentemente, está no pódio dos concursos mais renomados do país ou até mesmo do exterior. “Isso mostra que o Vale da Grama tem algo especial, singular e único. Um município com aproximadamente 12 mil habitantes e cerca de 300 cafeicultores acumular tantas premiações é prova de que temos algo valioso aqui. Além dos fatores naturais, há o saber-fazer da nossa comunidade, que batalha, se capacita e busca entregar o melhor que produzimos. Esse é o nosso Vale da Grama, agora com o reconhecimento que merece”, comemorou.

Para João Paulo Pereira, administrador do campus São João da Boa Vista do IFSP, conduzir esse trabalho foi um privilégio. “O Vale da Grama criou sua própria história ao longo de tantos anos, e coube a nós reunir todas essas informações para submeter o pedido de reconhecimento no INPI. O resultado foi comemorado por toda a nossa instituição, que se dedicou ao longo dos últimos anos para elaborar um projeto tão importante”, afirmou.

Agora, o projeto entrará em uma fase de operação dessa IG. Os produtores poderão utilizar o selo que comprova a origem produtora, bem como cumprir os requisitos que garantam a procedência ao consumidor. O Sebrae desenvolverá junto à comunidade estratégias e ferramentas para que os produtores possam agregar valor ao produto, proteger o signo distintivo e colaborar com o desenvolvimento da região.

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