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Empreendedora buscava peças íntimas para revender e hoje tem marca própria e inclusiva

Elizandra Beraldo, da Bella Li Lingerie, conta a sua história para o Jornal de Negócios do Sebrae-SP
Por Maya Ortega
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(Foto: Kleber Kawassaki Antonio / Sebrae-SP)

Desde sempre tive vontade de empreender. Comecei vendendo de forma consignada: comprava de vendedoras de joias, roupas íntimas etc. e revendia com uma comissão. Caso não vendesse, eu devolvia os produtos. Porém, eu ainda tinha vontade de me desvincular do método comissionado. Em um final de semana, viajei para Juruaia (MG) (cidade conhecida como “Capital da Lingerie”), onde comprei algumas peças básicas de lingerie e as revendi para minhas colegas de trabalho. No mês seguinte, eu fiz uma lista de encomendas e fui novamente para Juruaia. Com isso, acabei criando clientela e separava um final de semana do mês para ir até lá fazer compras.

Conforme as revendas iam dando certo, fui mantendo minhas clientes e montando um estoque, até que consegui unificar 22 ‘sacoleiras’ para realizar minhas revendas. Ao mesmo tempo, mantive meu trabalho de carteira assinada. Então, em uma de minhas visitas para Juruaia, fui conhecendo algumas pessoas, e uma delas foi um funcionário de uma loja que me propôs fabricar minhas próprias peças, em sociedade com a mesposa dele, Elisângela. Juntando o nome dela ao meu, fundamos a Bella Li Lingerie.

No começo, funcionava da seguinte forma: eu e meu marido separávamos um dia da semana, levávamos a matéria prima até Juruaia e trazíamos as encomendas para São João da Boa Vista. Porém, as máquinas disponibilizadas eram um pouco limitadas, então investimos em mais uma máquina que podia realizar novos modelos de peças, para abranger mais clientes. Depois disso, eu separava meus pedidos em São João, distribuía entre minhas sacoleiras e deixava o resto para ser vendido em Juruaia.

Um ano depois, a empresa ia bem, mas o sócio, marido da Elisângela, hoje minha gerente, disse que iria investir em agricultura, o que me levou a assumir o negócio. Hoje em dia, temos 20 funcionários no total, entre costureiros e vendedores. Trabalhamos somente com atacado, mas quando recebemos pedidos de varejo indicamos nossas revendedoras.

(Foto: Kleber Kawassaki Antonio / Sebrae-SP)

Conforme os anos foram passando, fui investindo mais em seguir tendências e abranger mais públicos, além de buscar mais conhecimento. Foi assim que comecei minha jornada com o Sebrae, passei por diversas consultorias, mas posso afirmar que uma das melhores que pude vivenciar foi o ALI (Agentes Locais de Inovação), em 2019, quando tive a oportunidade de aprender um pouco mais sobre identidade de marca e até investir mais em marketing por si só.

Ainda em 2019, surgiu uma ideia de um novo projeto: a confecção de sutiãs e próteses para mulheres que passaram por cirurgias de câncer de mama. A princípio, realizamos doações em um hospital em Botucatu, interior de São Paulo. Logo em seguida, quis expandir para a minha própria cidade, foi quando fui contatada pela Associação Comercial, junto a um grupo de mulheres empreendedoras, e em parceria com a Unifae (Centro Universitário das Faculdades Associadas de Ensino) criamos o Projeto Supera, onde fazemos doações de próteses, sutiãs, lenços e almofadas para auxiliarem essas mulheres nesse período turbulento.

Durante a pandemia, tivemos que nos adaptar a esse ‘novo normal’, embora não conseguíssemos suprir a demanda de um atendimento tão diferenciado como é com o presencial. Adaptamos estilos, criando peças mais confortáveis para o momento de quarentena, além de ter dado um boom na venda de pijamas, já que esse é o novo uniforme do home office. Agora, em 2023, o que temos como meta é investir em novos maquinários e ampliar o Projeto Supera, que agora também terá um ‘braço’ em Americana, além de um novo espaço, onde será sediado nosso ‘showroom’.

O que fica de dica é: sempre se organize em relação a suas metas, sempre traga produtos de qualidade para fidelizar os clientes e se organize financeiramente para que possa obter o sucesso desejado”.

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