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Rede de academias usa criatividade para crescer em plena pandemia

Ronaldo Godoi comanda com a esposa, Ellen, a Red Fitness, uma rede de academias na capital paulista
Por Maya Ortega
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“Tudo começou em 2013; eu atuava em minha área de formação — educação física — e minha esposa, Ellen, cofundadora da Red Fitness, trabalhava como enfermeira.

Iniciamos fazendo a curadoria de aparelhos de academia: comprávamos usados da academia onde eu estagiava, reformávamos e guardávamos em nossa casa enquanto não tínhamos o espaço.

O ‘boom’ aconteceu quando alugamos nossa primeira unidade, no Mandaqui, zona norte de São Paulo. Antes mesmo de terminar a reforma, Ellen ficava no balcão realizando as matrículas da academia. Ao inaugurar, já tínhamos mais ou menos mil inscrições.

Quando inauguramos, em março de 2013, eu ficava majoritariamente na parte técnica, dando aula das 6h à meia-noite e Ellen ficava responsável pela parte de recepção e administração, conciliando com o trabalho dela como enfermeira.

O Sebrae foi de extrema importância em nossa trajetória. Antes mesmo de pensar no negócio em si, procuramos a ajuda da instituição para saber como prosseguir. A partir daí, aprendemos a parte burocrática, que seria como fazer o negócio funcionar. Depois de algumas consultorias, já tivemos uma noção por onde começar. Recebemos orientações de como encontrar um ponto para o negócio, por exemplo. Eu saía de bicicleta pela região, anotando placas de imobiliárias e passava para a Ellen, que fazia a seleção pelo telefone, alinhando condições e valores. Até que um dia encontramos o ponto perfeito, que estava em boas condições e tinha dois vestiários, o que nos poupou do custo com a reforma.

O início foi bem difícil, mas com a ajuda dos planos e equipamentos já comprados, a academia basicamente se sustentou.

Conforme investíamos em aulas de qualidade e treinos totalmente personalizados, começamos a alavancar os negócios. Então, em 2014, a Ellen deixou seu emprego com registro em carteira para se dedicar totalmente ao negócio.

No ano seguinte, 2015, tínhamos mais ou menos 1,5 mil alunos. Com esse crescimento significativo, pudemos trocar os maquinários usados por novos e, em 2016, tivemos a chance de expandir o negócio. Foi quando abrimos uma unidade no Jaçanã, em frente a um supermercado.

Além disso, recorremos em 2017 ao programa Agentes Locais de Inovação, o ALI, do Sebrae, que nos deu uma visão mais ampla sobre desenvolvimento e inovação na época.

Porém, em 2018, surgiu um fato novo: dentro daquele supermercado no Jaçanã abriu uma academia de uma grande rede, o que era um baita problema, visto que iríamos perder clientela. Mas a concorrente logo fechou e decidimos mudar do ponto da rua para aquele dentro do supermercado. Isso nos fez aumentar de aproximadamente 200 inscrições na unidade fora do supermercado para cerca de, 4,8 mil alunos, somando os que herdamos da outra academia.

Na pandemia, quando tivemos de fechar os estabelecimentos por tempo indeterminado, sabíamos que haveria uma grande procura do segmento assim que tudo voltasse ao normal. Então decidimos buscar investimento, em plena pandemia, para abrirmos novas unidades, e conseguimos abrir mais duas. Ao mesmo tempo que estávamos sem poder trabalhar presencialmente, continuamos fechando planos, fazendo lives com aulas, alugando equipamentos para manter nossa clientela e conseguir pagar nossos instrutores.

Atualmente, além das quatro unidades, estamos com um novo projeto de expansão no modelo de franquias. Temos como meta trazer um novo conceito de academia, mais atualizada, intuitiva e tecnológica, com custo baixo, buscando manter nossos clientes e facilitando as vendas de nossa franquia. A partir disso, queremos abrir, até 2026, mais 66 unidades pelo Brasil inteiro.

Olhando nossa trajetória, o aprendizado que ficou é: arrisque, estude, inove e ame o que você faz, pois assim fica mais fácil de manejar o seu negócio.”

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