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Raquel Molina mudou de carreira e hoje empreende com sucesso no setor de drones

Conheça a história da sócia da Futuriste, que ganhou o prêmio Women to Watch Global Award
Por Depoimento a Marina Sayuri*
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“Assim que me formei em tecnologia, fui trabalhar em um grande banco. Após um período de maternidade, divórcio e grandes mudanças na vida, resolvi que não tinha mais que esperar para realizar meus sonhos. Pedi para sair da empresa em que trabalhava e, com um sócio, criamos a Futuriste, uma empresa de tecnologia focada em drones.

Nós começamos no mercado em 2014, quando muitas pessoas ainda não sabiam o que realmente era um drone. Foi naquela época que identificamos no Brasil um gap relacionado à capacitação para uso profissional desses equipamentos. Quando conheci meu sócio, que hoje é meu marido, acabei plantando a semente do empreendedorismo nele.

Iniciamos um processo de brainstorming de ideias de tecnologia para transformar em negócio, quando, em 2013, vimos uma reportagem sobre drones e sobre como eles estavam revolucionando o mercado fora do País. Após identificar essa oportunidade com grandes chances de crescimento, iniciamos as análises de mercado.

Havia pouquíssimo material em português sobre o tema e começamos a disseminar as informações que aprendíamos. Tivemos o agravante de iniciar em uma área totalmente nova, sem dados de comportamento dos clientes, com equipamentos ainda em fase de amadurecimento.

Partimos do princípio que, antes mesmo de comercializar os produtos e serviços, precisávamos fazer as pessoas entenderem a utilidade dos drones. Não havia nem regulamentação para uso de drones no Brasil. O interessante foi a mudança do que havíamos planejado no início da empresa e o que realmente aconteceu. No momento de validação das ideias, identificamos comportamentos do mercado que foram moldando o desenvolvimento da ideia, o que exigiu de nós resiliência e paciência para acompanhar as mudanças.

Começamos a estudar muito, compramos diversos equipamentos e identificamos uma necessidade: para se desenvolver, esse mercado precisava de capacitação de qualidade. Sempre tive uma carreira mais técnica e não me passava pela cabeça o tamanho da importância de conhecer assuntos de negócios, como gestão estratégica, análise de comportamento de clientes, conceitos de marketing, vendas, negociação e outros que hoje são úteis até na minha vida pessoal.

Passamos a estudar muito e entender sobre planejamento de negócios, com o papel fundamental do Sebrae nesse processo. A empresa foi criada na base de tentativas e erros, muita persistência e garra. Nós já conhecíamos o Sebrae, que foi essencial principalmente nessa fase de modelagem do negócio.

Muita coisa mudou quando, um pouco antes de lançar a Futuriste, tivemos a felicidade de apresentar um pitch no Startup World da Feira do Empreendedor do Sebrae em 2014. Naquele evento nós vencemos como a melhor ideia de negócios do tema apresentado. A partir daí, tivemos a possibilidade de passar por mentoria na Escola de Negócios do Sebrae e até hoje associamos isso ao sucesso da nossa empresa.

Em 2016, participamos do reality show Shark Tank Brasil. No ano seguinte, fui a primeira mulher do Brasil na lista “Top 3 Profissionais no Setor de Drones” da DroneShow, e a Futuriste esteve no top 3 de outras categorias no mesmo evento.

Já em 2018, fomos selecionados para o programa de aceleração “Itaú Mulher Empreendedora”. Neste ano, fui surpreendida com o prêmio Women to Watch Global Award pela maior instituição de reconhecimento de mulheres no setor de drones.

Hoje, a Futuriste oferece diversos serviços relacionados à utilização de drones, como treinamento de pilotagem, especializações em inspeção de obras e de infraestrutura, pilotagem avançada para captação de imagens aéreas profissionais, mapeamento com drones, cursos de manutenção de drones e empreendedorismo no mercado de drones.

Em todos os cursos, o aluno não precisa ter o equipamento, todo o material necessário para as aulas e para a pilotagem são fornecidos por nós. Até agora já treinamos mais de 3,5 mil pessoas. Temos uma relação de muita troca com o Sebrae. Estou sempre em contato com a equipe da Escola de Negócios e da ESE – Escola Superior de Empreendedorismo do Sebrae, onde sempre busco aprendizado.

Em contrapartida, hoje colaboro com o Sebrae como mentora de diversas ações de empreendedorismo que eles executam. Gosto muito de dividir um pouco da minha experiência e muitas vezes até de aprender mentorando pessoas que estão dispostas a entrar nesse universo maravilhoso.”

*Estagiária sob supervisão dos editores

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