O fortalecimento do empreendedorismo feminino entre a comunidade quilombola de Itaóca ganhou mais um capítulo com a realização do curso “Inova Senar – Olericultura Básica: Instalação da Lavoura”, nos dias 2 e 3 de dezembro, no Barracão Central do Quilombo Cangume. A capacitação idealizada pelo Sebrae-SP, contou com parceria do Sindicato Rural do Vale do Ribeira.

Voltada especialmente para as 15 mulheres quilombolas acompanhadas pelo Sebrae-SP, a capacitação fez parte de um processo contínuo de formação técnica e de gestão, desenvolvido desde agosto, no âmbito do Programa ALI Rural.
O curso apresentou técnicas essenciais para a instalação de lavouras de hortaliças, abordando desde a escolha da área e preparo do solo até adubação, plantio e irrigação. A proposta incluiu também uma análise econômica detalhada, permitindo que as produtoras compreendessem e controlassem os custos de produção — um fator decisivo para garantir eficiência e rentabilidade em seus cultivos.
Segundo a analista de negócios do Sebrae-SP Letícia Marques, o trabalho realizado com o grupo tem mostrado resultados significativos. “Essas 15 mulheres estão se organizando de forma exemplar. Elas participam ativamente das capacitações, aplicam o que aprendem e estão construindo uma base sólida para empreender com autonomia e visão de sustentabilidade”, destaca.

As participantes são formalizadas por meio da CAF (Cadastro Nacional da Agricultura Familiar) e recebem acompanhamento direto do Programa ALI, que oferece diagnóstico, orientação técnica e monitoramento de resultados. A iniciativa tem como objetivo estimular práticas inovadoras e promover o desenvolvimento sustentável dos agronegócios locais, contribuindo para o fortalecimento da economia quilombola, para a geração de renda nas comunidades de Itaóca e para o fomento do turismo no Alto Vale do Ribeira.
A quilombola Josiane Gonçalves, uma das participantes, celebrou a experiência.
“Esse curso me ensinou a como iniciar minha horta. Agora sei calcular meus custos, planejar melhor e acreditar que minha lavoura pode crescer de forma sustentável. Saio mais confiante e preparada”, conta.
