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Curso na área da construção civil forma 13 mulheres no Bosque dos Lenheiros, em Piracicaba

Formação foi oferecida por meio de parceria entre Sebrae-SP, Senai e Exército de Formiguinhas
Por Redação
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O Sebrae-SP, em parceria com o Senai e com o Exército de Formiguinhas, levou uma formação na área da construção civil para 13 mulheres no Bosque dos Lenheiros, em Piracicaba. O curso “Elevação de paredes em alvenaria” foi encerrado em outubro e as participantes receberam certificado nesta segunda-feira (17).

O curso foi oferecido pelo Senai e ocorreu dentro do espaço do Exército de Formiguinhas no bairro. Ao longo das 60 horas de formação, as alunas participaram de atividades teóricas e práticas, e aprenderam conceitos de projetos, planejamento de obra, técnicas de execução de alvenaria, conferência de medidas, assentamento de elementos de alvenaria de cerâmica e concreto, além de materiais e equipamentos de segurança, normas de saúde, higiene e segurança do trabalho e outras. As alunas também tiveram dois dias de conteúdos com o Sebrae-SP sobre ideias de negócio, empreendedorismo e vendas.

“Foi uma parceria de muito sucesso. Nós entendemos que muitas vezes é um desafio os moradores se deslocarem para participar de cursos e, neste caso, conseguimos levar essa formação para dentro do bairro. Foi muito bacana e a recepção foi ótima”, afirma Évelly Moraes, analista de negócios do Sebrae-SP.

Ela também elogia a participação e engajamento das moradoras no curso: “Ficamos felizes de saber que a turma foi composta de mulheres. A área da construção civil é majoritariamente masculina, então é muito bom ver que mais mulheres estão se interessando, buscando aprender e se profissionalizar. O setor tem muito a ganhar com a participação delas”, completa.

Para Débora Ferraz, idealizadora do Exército de Formiguinhas, o curso atendeu a uma demanda crescente no bairro de pessoas querendo oportunidades. Ela buscou o Senai e o Sebrae para apresentar a iniciativa. “Eles abraçaram a ideia e organizamos tudo: espaço, horário, logística e estrutura. O curso foi muito bem recebido, as inscrições lotaram rápido e a participação foi intensa. As mulheres foram destaque, romperam barreiras, aprenderam, se descobriram capazes”, relata.

Ela afirma que o resultado foi muito positivo: “Trouxe conhecimento, autoestima, novas perspectivas de trabalho e uma comunidade mais forte. Foi mais um passo importante para abrir portas e criar oportunidades reais”, completa.

Novos horizontes

Francisca Eulália Gonçalves, moradora do Bosque dos Lenheiros, foi uma das participantes da turma. Inicialmente, decidiu fazer o curso para poder executar melhorias na própria casa, mas depois foi muito além. “Minha intenção era aprender para aplicar aqui em casa, mas agora eu já tenho um outro horizonte para ajudar pessoas que não têm habitação. A gente vai fazer parte de um mutirão para ajudar uma colega”, conta.

Ela também relata que já tinha trabalhado antes como servente de pedreiro, mas fazia um trabalho mais de apoio. Agora, porém, vê um futuro na profissão. “Eu gostei muito do curso, aprendi muito, aprendi coisas que nem imaginava. Foi muito estimulante. Já trabalhei de servente, mas ninguém nunca me ensinou a nivelar, a assentar tijolos… Eu fazia massa, carregava tijolo, essas coisas”, lembra.

Ela diz que pretende trabalhar na área se surgirem oportunidades, além do mutirão para apoiar a colega e nas melhorias na própria casa. Francisca também quer continuar aprendendo e já vislumbra uma continuação com um curso do Senai voltado à parte hidráulica.

Para Stefane Mikal Delphino Rodrigues, o curso também foi muito positivo. Ela conta que sempre olhou os irmãos, que já trabalham na construção civil, e tentava aprender, mas nunca chegou trabalhar com eles – até que decidiu participar do curso. “E foi muito bom, maravilhoso. Toda vez que eu olhava os meus irmãos eu falava “um dia eu vou pegar e colocar a mão na massa”. E a minha experiência foi ótima, eu amei. É o primeiro curso na vida que eu tenho certificado, que eu consegui”, comemora. “Eu sou muito grata a esse projeto, ao Exército de Formiguinhas, ao Senai e ao Sebrae, que me proporcionaram essa oportunidade”, completa.

E ela persistiu e concluiu o curso mesmo em meio ao desafio da distância: “Eu moro na comunidade Pereirinha, no São Jorge. Então eu me deslocava todos os dias para ir ao curso. Pegava o ônibus logo cedo para chegar às 7h30 lá no Bosque. Era uma hora e meia de viagem mais ou menos, tanto para ir quanto para voltar.”

Agora, ela quer trabalhar na área, mas seu maior sonho mesmo é construir sua própria casa. “O que eu planejo agora, do fundo do meu coração, é construir minha casa. Hoje eu moro em um barraco, e nada contra, até porque eu cresci na comunidade. Mas eu tenho dois filhos, e eu quero mostrar para eles que a gente consegue. É um sonho meu, começar do zero e construir a minha casa”, finaliza.

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