Agência Sebrae de Notícias

Em Mairiporã, a iniciativa Escola Recicladora está transformando a maneira como crianças aprendem sobre reciclagem e empreendedorismo. Idealizado pelo empresário Rui Katsuno e implementado em três escolas municipais em parceria com o Sebrae-SP e a prefeitura local, o projeto incentiva os alunos a coletar tampinhas plásticas, além de convertê-las em matéria-prima reutilizável e oportunidades de negócio. Para estimular a participação, foi criado o “Capicard”, cartão que acumula créditos a cada material entregue e permite trocas por produtos em uma lojinha virtual. Na última sexta-feira (15/08), 140 estudantes receberam o cartão em um evento realizado na E.M. Nakamure Kikue Aiacyda. A ação marcou mais uma etapa do projeto, que já impacta cerca de mil alunos da rede municipal.

Além de gerar benefícios diretos aos estudantes, o projeto trabalha a educação financeira. Os alunos aprendem a comercializar as matérias-primas obtidas a partir das tampinhas plásticas e, do valor arrecadado, 20% é destinado à realização de atividades culturais, como sessões de teatro e cinema. Dessa forma, a iniciativa amplia seu impacto ao unir sustentabilidade, empreendedorismo e acesso à cultura.

Durante o evento, Marco Vinholi, diretor técnico do Sebrae-SP, reforçou a importância de formar crianças ambientalmente conscientes e o potencial do projeto para se tornar referência estadual. Ele lembrou que, no passado, atitudes como jogar lixo pela janela do carro eram comuns, mas hoje já são repreendidas inclusive pelas crianças. “Esse projeto começa com as nossas crianças e tem tudo para marcar Mairiporã e inspirar outras cidades de São Paulo. Estamos ajudando a formar cidadãos que vão cuidar do meio ambiente e levar esse exemplo para as próximas gerações”, afirmou.

O prefeito de Mairiporã, Aladim, lembrou que o plástico tem papel fundamental na economia local, já que mais de 120 indústrias do setor estão instaladas no município, especialmente no distrito de Terra Preta. Ele destacou que, além de reduzir o envio de resíduos aos aterros, a reciclagem pode gerar renda para famílias e benefícios diretos para os estudantes. “Estamos transformando o plástico em vida e fonte de renda. Essa iniciativa vai diminuir custos com lixo, preservar o meio ambiente e devolver recursos para os alunos. O plástico não é um vilão. Ele tem um ciclo infinito de reciclagem”, afirmou, agradecendo o apoio do Sebrae-SP e dos parceiros para levar o projeto a outro nível.

Já Rui Katsuno, idealizador do Escola Recicladora e presidente do Instituto Soul do Plástico, ressaltou a importância da iniciativa ir além da reciclagem. “O nosso desejo é que todos aprendam muito com essa experiência e que ela gere bons frutos ao unir conscientização financeira, sustentabilidade e oportunidades para as crianças”, explicou. Rui também mostrou como funcionam as máquinas utilizadas para moer o plástico e transformá-lo em matéria-prima reutilizável.

Especialista evidencia como o plástico pode ser aliado da sustentabilidade 

No mesmo dia, foi realizada uma palestra, na ETEC, do especialista em tecnologias ambientais, eco-design e economia circular Marcos Iorio. Ele falou sobre como o plástico pode contribuir para uma atividade econômica mais sustentável, integrando-se aos princípios da economia circular, quando bem utilizado e reciclado com apoio de tecnologias ambientais e eco-design.

“Tanto os cartões quanto a palestra fazem parte do trabalho realizado pelo Escritório Regional do Sebrae-SP em Guarulhos voltado à cadeia produtiva do plástico em Mairiporã. Além de beneficiar diretamente os alunos e estimular a conscientização ambiental, essas iniciativas fortalecem o município para participar de ações estratégicas como o Prêmio Sebrae Prefeitura Empreendedora (PSPE) e a Feira do Empreendedor”, explicou Sérgio Gromik, gerente regional do Sebrae-SP.

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