
O Sebrae-SP participou de uma reunião promovida pela Associação Agrícola de Jundiaí para dar continuidade ao encaminhamento do Projeto de Apoio à Estruturação do Conselho Regulador da Indicação Geográfica (IG) da Uva Niagara Rosada de Jundiahy. O encontro foi realizado na sede da Associação Agrícola, solicitante do pedido de IG e agora a detentora do seu Selo, e tratou de temas como padronização de vendas, embalamento e demais questões técnicas.
A Indicação Geográfica (IG) é um registro dado a produtos ou serviços que carregam as características do lugar de onde vêm. Isso dá a eles reputação, valor próprio e uma identidade única que os diferencia de outros similares no mercado. São itens com uma qualidade especial, influenciada por fatores como o solo, o clima, a vegetação e o jeito tradicional de fazer. A Uva Niagara Rosada de Jundiahy foi a primeira uva paulista a receber a IG do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) e sua região engloba, além de Jundiaí, também os municípios de Itatiba, Itupeva, Jarinu e Louveira, que estavam representadas no encontro.
Para o gerente regional do Sebrae-SP, Fabio de Paula, a participação do Sebrae no encontro e o envolvimento no tema é de muita relevância para a região e seus pequenos produtores. “Os pontos que serão desenvolvidos nesse projeto são fundamentais para que a Uva Niagara Rosada tenha, não só o seu destaque através da Indicação Geográfica, mas também pela qualidade e por estar muito próxima ao que o consumidor espera adquirir e consumir. Nosso papel será trabalhar com a estruturação e elaboração de um plano estratégico para esse projeto, no qual elementos como a qualidade dos processos produtivos de manejo com a uva serão tratados, uma estratégia de novos mercados e o reposicionamento desse produto nobre a partir de uma estrutura de união entre os produtores”, diz.
A reunião tratou de três principais focos relacionados a IG: esclarecimentos sobre as inclusões dos Municípios de Indaiatuba e Vinhedo no grupo, questões técnicas sobre a implementação do Selo IG e a padronização para a comercialização da uva como produto diferenciado. Antes desta, o grupo já havia se reunido uma vez para formação do grupo técnico do conselho regulador. Para Sérgio Pompermaier, diretor do Departamento de Agronegócio da Unidade de Gestão de Agronegócio, Abastecimento e Turismo (UGAAT) da Prefeitura, o encontro representou grande avanço no processo e deu continuidade a um processo de diálogo.
O auditor fiscal federal agropecuário do Ministério de Agricultura e Pecuária (MAPA), Francisco Mitidieri, falou do envolvimento da instituição e das etapas do processo. “O trabalho de construção deste Selo de indicação teve início em 2013 e culminou com a IG em 2023, tendo sido o Ministério uma das instituições envolvidas, já que este apoio é uma das frentes de seu projeto em nível nacional de aceleração de ecossistemas de inovação. Uma vez obtido o reconhecimento, os próximos passos envolvem a estruturação deste conselho que será a voz para dizer quais as frutas aptas ao recebimento do Selo, baseado em critérios definidos por documentação”, comenta.
Por fim, o presidente da Associação, René Tomasetto, reforçou a importância do reconhecimento e dos novos passos. “Receber o Selo da IG foi um processo trabalhoso, mas que conseguiu avançar superando os seus entraves. O segundo passo agora é dialogar, e por isso a presença de tantas autoridades e representantes, sobre o formato de comercialização do produto, a fim de garantir que o comprador consuma uma uva do nosso território”, finaliza.
Além dos municípios que integram a região da IG, também participaram da reunião produtores rurais, representantes da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), da Cooperativa Nossa Senhora das Graças, das unidades do Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI), das Associações de produtores rurais de Indaiatuba e Jarinu, além das Prefeituras de Indaiatuba e Vinhedo, interessados em passar a integrar a região.
