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Novas gerações no mercado de trabalho são tema de fórum promovido pelo Sebrae-SP em Piracicaba

Fórum Piracicabano de Gestão de Pessoas deu início a uma programação de capacitações voltadas para empresários e gestores de recursos humanos
Por Redação
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Fórum Piracicabano de Gestão de Pessoas deu início a uma programação de capacitações voltadas para empresários e gestores de recursos humanos (Foto: Sebrae-SP)

As novas gerações no mercado de trabalho foram tema de um debate promovido pelo Sebrae-SP e Prefeitura de Piracicaba na quinta-feira (17), do auditório do Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas, de Material Elétrico, Eletrônico, Siderúrgicas e Fundições de Piracicaba (Simespi). O 1º Fórum Piracicabano de Gestão de Pessoas deu início a uma programação que inclui capacitação, treinamento e seminário, com intuito de guiar as empresas a lidarem com as diferentes gerações – o que tem sido um desafio para as organizações. Toda a programação é gratuita e voltada para empresários e gestores de recursos humanos.

Um dos intuitos da programação é capacitar as empresas para reduzir o chamado “turnover”, que é a taxa de rotatividade e um indicador importante, usado para medir a estabilidade e a retenção de talentos. Os palestrantes apresentaram exemplos de empresas que aplicaram algumas mudanças e tiveram bons resultados nesse aspecto. As próximas fases agora incluem o treinamento “Gestão de Pessoas – Ferramenta de Competitividade”, que acontece a partir de 28 de outubro; a capacitação “Liderança Inspiradora”, que será a partir de 11 de novembro; e o seminário “Empretec”, a partir de 25 de novembro. Os participantes do fórum puderam manifestar interesse em participar dessas iniciativas. Todas as ações são fruto de uma parceria entre o Sebrae-SP e a Prefeitura de Piracicaba e são gratuitas.

João Carlos Goia, gerente do Senac de Piracicaba e um dos palestrantes do fórum, explica que o objetivo da conversa foi mostrar como conviver com as diferentes gerações no mundo corporativo, como elas pensam e agem e de que forma somar as competências e características dessas gerações. “Para gerar um ambiente qualitativo, saudável e produtivo, e para apontar tendências de possibilidades para o mercado corporativo, para que ele avance e consiga responder as expectativas dessas novas gerações. Caso contrário, a gente vai continuar vendo esse efeito de salto entre empregos e não vai conseguir reter esses talentos”, argumenta.

O diretor das escolas do Senai de Piracicaba, Ophir Figueiredo Júnior, que também apresentou um painel durante o fórum, explicou que a rotação de funcionários entre a geração Z é um desafio das empresas atualmente e elas precisam aprender a lidar com as novas gerações. “Estamos falando de um novo mundo, uma nova geração, mas a maioria das empresas estão no velho mundo fazendo coisas para a velha geração, então há esse conflito. Se eu quero atrair um jovem, eu tenho que oferecer coisas que agradem ao jovem, não que me agradem”, ressalta.

“Uma das propostas que a gente traz é revolucionar o próprio processo seletivo, porque eles são feitos tal qual antigamente. Hoje nós estamos falando de indústria 4.0, inúmeras tecnologias habilitadoras, inteligência artificial, tecnologias que por si só já atrairiam o jovem. E depois lá dentro [da empresa] também promover mudanças de tal forma que a torne atrativa, quebrar um pouco da burocracia, diminuir a informalidade, lembrar que o jovem é multitarefa, então se ele ficar em uma função qualquer, fazendo todos os dias a mesma coisa, oito horas no dia, não vai ter jeito, ele vai embora”, completa.

Após os painéis, os dois palestrantes se reuniram à consultora de RH e representante do Simespi, Claudia Angeli, além do consultor de negócios do Sebrae-SP, Eduardo Mercadante, para um bate-papo sobre o contexto que foi apresentado. “É necessário olhar para as mudanças que são constantes. E o RH tem uma ação muito importante. Nesse cenário atual ele é importante para apoiar a gestão, o comando da organização, para que tenhamos os melhores talentos”, explica Claudia.

Inteligência emocional para lidar com as diferenças

A psicóloga Eline Rasera, que trabalha com mentoria em empresas, palestras e coaching, compareceu ao fórum e diz que percebeu que há essa necessidade de adaptação do mercado para que as gerações consigam conviver de forma harmoniosa e trocar experiências. “Todo mundo tem uma verdade absoluta, inclusive os mais novos. O desafio é lidar com as diferenças. Claro, as experiências são diferentes, e não vão ser iguais, mas como a gente pode lidar com essas novas experiências, nós que somos da geração mais antiga? E os novos também… Isso tudo dentro de um convívio bem harmonioso, sem conflitos, sem atritos, em um convívio de aprendizado. Eu acredito nisso.”

Ela explica que, para isso, é preciso trabalhar a inteligência emocional dentro das empresas. “Inclusive, agora nós temos a lei 14.831 da saúde mental. E para que possamos realmente ter um ambiente adequado para a saúde mental, nós temos que ter inteligência emocional para conviver com as diferenças. Então, esse aprendizado é fundamental para todas as empresas”, completa.

O empresário Humberto Souza Cruz, da HGS Distribuição, também compareceu ao fórum e contou que foi buscar conhecimento para conseguir lidar com os desafios de contratação, que afeta o crescimento e o faturamento. “É uma área que eu entendo que é um gargalo para o crescimento das empresas, que é uma necessidade. Então é um tema muito interessante e eu vim ouvir as experiências de sucesso dentro desse segmento de relações humanas, de contratação de pessoal, para ver o que pode agregar de conhecimento”, diz.

As dificuldades também são sentidas pela gestora de RH Cássia Franquiele Barros, que também compareceu ao evento. Ela explica que é recrutadora na Loghis e está buscando conhecimento para conseguir lidar com esses desafios. “Eu sou recrutadora e realmente estou tendo muita dificuldade no recrutamento com jovens, com adolescentes. E eu vim obter mais conhecimento, algo que eu possa aplicar na minha rotina […] É uma nova geração, a gente tem que entende-los para ter uma abordagem diferente também. A gente tem que se inovar e aprender.”

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